quinta-feira, 25 de novembro de 2010
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Artistas comentam participação no álbum MUDANÇA do Inquérito
O novo CD traz seis participações de artistas, que contam como foi gravar com o grupo Inquérito e fazer parte da MUDANÇA
Como parte do processo evolutivo que traz a MUDANÇA, seis artistas com características, músicas e públicos diferentes foram convidados para as participações, que enriquecem o novo álbum do grupo Inquérito.
As participações foram escolhidas por Renan Inquérito, que priorizou o histórico no rap brasileiro e a característica dos sons produzidos, dando origem ao cruzamento ideológico.
O público anseia pelo novo álbum. “Sou admirador do trampo dos caras que vem sempre com letras bem elaboradas sem perder o swing. Tenho o Renan como um dos melhores letristas do rap e sei que o CD vem com participações de peso para somar. A expectativa é das melhores e para quem disse que o rap tá em crise, aguardem, vem coisa boa por aí””, pontua o ativista Tubarão Du Lixo, da baixada Santista-SP.
Na faixa Dívida Interna, RAPadura Xique-Chico, do Nordeste, é quem participa e tece a crítica ao consumismo desenfreado. Para ele, a convivência e amizade com Renan, a quem classifica como “cabra bom” e uma pessoa “muito especial e de coração limpo”, foram determinantes para desenvolver o trabalho. “Não faço música com quem não conheço e não me sinto bem. Tem que ter uma sintonia, uma conexão espiritual, caso contrário a música torna-se apenas um som. Fazer essa troca de opiniões e experiências com o Renan foi algo único e especial para mim. O que posso dizer? Agradeço muito pela confiança e pela oportunidade de doar um pouco de mim nesse lindo trabalho que promove a MUDANÇA em todos os sentidos. Oxente é Arrente!”, revela.
No auge com o CD Emicídio, o rapper Emicida também agradece a oportunidade de participação no disco, onde canta a faixa Já Demorou. “Quando ouvi a música, foi foda. Caí para trás na hora. Acho que são outros tempos e a riqueza do disco do Inquérito vai fazer justiça a isso”, afirma.
A variedade musical do CD passa por vertentes como Dirty South, Underground e Gangsta, tendo a facilidade de agradar boa parte do público.
O rapper Douglas, do grupo Realidade Cruel, enfatiza a expectativa pelo CD. “De cara já falo: será um dos melhores discos de rap lançados no Brasil. Venho acompanhando todo o processo desde seu início e sem sombra de dúvidas é um ótimo trabalho. Bem produzido, amadurecido e bem diferente do convencional. Minha participação foi uma singela contribuição para o andamento desse projeto”. O rapper se diz muito feliz pelo convite e garante que expressou o melhor nas linhas cedidas no álbum. Ele está na faixa Som de Ladrão e, diferente do que o nome sugere, não faz apologia ao crime, mas brinca com o duplo sentido e critica a política do país.
Os bordões e trocadilhos são coisas que vieram para enriquecer o disco, bem como as participações. Na faixa Nego Negô, o parceiro é DBS, a partir da expressão Negô, que se tornou comum entre ele, que elogia a ideia da música. “Foi legal participar do CD Mudança e gravar a faixa Negô. A palavra ‘Negô’ acabou virando um bordão devido ao sucesso da música ‘Qui nem judeu’. O meu Negô vem de Niggaz e acabou se tornando um dos meus a.k.a. Achei legal eles terem a ideia da música em cima disso e fazer o som e me convidar. Eu aceitei porque o assunto é algo que eu tratava pouco nas minhas obras. Foi uma oportunidade de abordar, mas que fique bem claro que a ideia da música vem da visão do Renan, que trabalhou em cima do trocadilho ‘negô´ no sentido de negação e também o nosso negô, que é como ‘meu parceiro, meu preto’, como as minas, as mães e as avós nos chamam”, conta.
O trabalho em diversos temas e vertentes tornou-se o diferencial do disco, que realmente prova porque traz MUDANÇA e isso pode ser conferido na faixa Penso, logo existo, que tem participação do grupo Cagebê, incorporando filosofia ao rap. “A ideia surgiu do filósofo René Descartes, que disse ‘penso, logo existo’. É um pensamento profundo e o rap pode ser, também, um momento reflexivo. O Renan me deixou à vontade para pensar num tema e achei que seria legal trazer para o rap essa ideia que sintetizei e transformei em música”, relata Cezar Sotaque.
Para finalizar a sequência de participações, o disco chega com Dexter, o 8º anjo, que também agradece a oportunidade de somar com o Inquérito, na faixa Pode ser diferente. “O Renan é um cara que eu conheci em 2001. Eu estava preso, o 509 – E tinha explodido e tal, e ele foi a Franco da Rocha fazer uma entrevista comigo e eu vi que era um muleque puta correria, que merece atenção de todo mundo, merece uma ajuda e respeito principalmente. Eu fiquei amigo dele por entender que a proposta dele para dentro do rap brasileiro é interessante e digna de todo meu carinho e respeito. Chegou a vez de fazer um som com ele, com maior carinho e satisfação e espero que as pessoas gostem”, coloca.
Para Pop Black, integrante do grupo, as participações no processo de MUDANÇA do grupo chegam para “por fogo na pista”, brinca.
O produtor do disco, Marcelo Guerche, conhecido como Dj Morgado, do estúdio Rima Cruz, em Votuporanga, se diz feliz com o resultado das participações e do disco como um todo. “É tempo de fazer rap dessa forma, encarando como música, como fato de que se tem que ter cuidado e investir tempo, dinheiro, esforço, inteligência e o que mais for preciso para fazer acontecer. Música tem que ser real”, salienta.
O líder do grupo, Renan Inquérito, comemora o resultado do disco com as participações. Apesar de alguns desencontros, como o da agenda de Dexter, que obrigou o grupo a segurar um pouco o disco, o resultado é satisfatório. “Valeu a pena investir nas participações do disco”, finaliza.
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