quarta-feira, 13 de abril de 2011

Emicida disse em entrevista à revista Trip que já foi chamado de macaco


Uma das estrelas do novo rap brasileiro, o cantor Emicida contou à revista Trip deste mês que foi vítima de racismo na infância.

''Me zoavam porque eu não tinha pai, porque eu não tinha meias, porque eu era preto. Mesmo em escola de quebrada, tive o azar de ser o único negro. Era “cabelo de bombril”, “macaco”, até a professora dava risada''.

Leandro Roque de Oliveira, seu nome da vida real, disse também que há muito preconceito com este tipo de música e afirmou que não bebe nem fuma.

Na entrevista à Trip, Emicida disse também que o rap não trata a mulher com preconceito.

''Eu vejo minha mãe e minhas irmãs nas minas. Então procuro respeitar. É a maior burrice, que vem de reproduzir uma cultura lá de fora, dos caras que chamam menina de p..., vadia.''

Ele ainda lembrou que sua família sofreu com o alcoolismo.

''O que destruiu todos os homens da minha família foi a cachaça, tá ligado? Meu pai, meu tio, meu vô. Tenho trauma. Quando vejo as pessoas bebendo não vejo um bagulho de celebração. Eu vejo: essa p... vai matar você.''

Sobre a “obrigação de o rap falar do social” o músico tem uma opinião muito bem definida.

''Tento construir coisas que gerem mais coisas pro próprio rap, embora eu não me sinta muito à vontade quando as pessoas obrigam a gente a estar vinculado ao social. Quem tem obrigação de mudar essa p... é o governo, não é grupo de rap''.

Já quando o assunto é a fama, disse que ela não mudou nada.

''Não me perco no caminho. Esse negócio de Emicida só existe na cabeça das pessoas. Vejo como se eu trabalhasse pro Emicida. Não tem nada de vida de artista, ficar massageando o ego, “fui no Jô Soares”.

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